Dinheiro é o meio de pagamento mais frequente nas actividades criminosas. Os criminosos precisam de usar diferentes técnicas para dissimular as largas quantias de dinheiro recebidas antes que as mesmas possam ser integradas em negócios legítimos. Isso irá envolver a realização de várias transacções através de diferentes meios, dos mais simples aos mais sofisticados quer através de instituições financeiras quer através de instituições não financeiras. Assim, para além dos sistemas tradicionais de branqueamento de capitais através da utilização de instituições financeiras, como sejam a utilização de depósitos bancários, transferências entre contas, remessas de divisas ou investimentos em diferentes produtos financeiros, nos últimos anos, as mais recentes tendências ou métodos detectados no branqueamento de capitais indiciam que são as seguintes as entidades pertencentes ao sector não financeiro que têm vindo a ser utilizadas para o desenvolvimento de actividades de branqueamento de capitais para esconder ou disfarçar a origem ilícita de fundos:-
- Utilização de sistemas alternativos de remessa de fundos, como por exemplo os sistemas de hawala utilizado no Sul da Ásia, o fei ch’ien chinês, o phoe kuan tailandês ou o "door-to-door" filipino;
- Através de transacções comerciais que envolvam a utilização de elevadas quantias em dinheiro tais como a compra de imobiliário, veículos de elevado valor, metais e pedras preciosas, etc.;
- Através de actividades relacionadas com a indústria do jogo que envolvam largas quantias em dinheiro; (como por exemplo situações em que se proceda à troca de grandes quantidades de fichas de jogo sem que se verifique que as mesmas são efectivamente jogadas ou que resultem da actividade do jogo)
- Através da utilização de trusts e companhias prestadoras de serviços tais como intermediários financeiros, certas categorias de profissões como por exemplo advogados, contabilistas ou consultores fiscais quando estes desenvolvam operações financeiras em benefício dos seus clientes.